quinta-feira, 23 de agosto de 2007
A Língua Chinesa
A Língua Chinesa
Se somarmos todas as pessoas que falam algum tipo de chinês, podemos afirmar, com segurança, que é a língua mais falada do mundo. Mas num país como a China, pátria de 56 etnias distintas, que usam vários dialetos, o conceito de “idioma” só é possível graças aos ideogramas. Não há alfabeto chinês. Ao contrário das letras ocidentais, que representam um som e não têm significado quando isoladas, cada caractere transmite uma idéia, reconhecida por todos os chineses, mas pronunciada de formas diferentes. Ou seja, estes dialetos diferem na forma oral, mas são iguais na escrita. Os principais são: Mandarim, Shangainês, Cantonês, Hakka, Sichuanês, Taiwanês, Xiang e Gan, mas há outros.
O Mandarim foi a língua escolhida para que o país, com suas dimensões continentais e cidadãos que representam um quinto da população mundial, pudesse se comunicar verbalmente. Assim, ele é língua materna de um bilhão de pessoas e segunda língua de metade da China, além de ser falada por vários países asiáticos, como Tailândia, Malásia, Indonésia e Camboja, por exemplo.
Unificar a China, com seus diferentes povos, usos, costumes e dialetos, sempre foi uma preocupação de seus governantes, fossem eles do império ou da república. Por ocasião da Revolução Cultural, em 1949, o governo convocou especialistas em lingüística a criarem um meio de transcrever os sons dos ideogramas, utilizando as letras ocidentais e sinais gráficos que revelassem sua pronúncia correta.
Este método chama-se Pinyin e pode-se dizer que é a “partitura” do Mandarim, pois agrupa todas as palavras, utilizando 21 iniciais e 16 finais possíveis, alterados por quatro acentos, também chamados de “tons”.
O primeiro ( ¯ ) exige uma pronúncia aguda e constante.
O segundo ( ´ ) sugere um som que começa mais grave e vai se tornando agudo.
O terceiro () faz com que a vogal comece aguda, fique grave e volte a ficar aguda.
O quarto ( ` ) sugere um som que começa mais agudo e acaba grave.
Há, ainda, o quinto tom, decorrente da ausência de acento, considerado neutro.
Há dialetos mais complexos, como o Taiwanês, que utiliza sete tons e o Cantonês, que usa nove.
Gramática A estrutura gramatical do Mandarim é bem diversa das que estamos acostumados. Por exemplo, os verbos não são conjugados e o que determina se uma frase está no passado, presente ou futuro é uma partícula que acompanha o verbo. Não há singular ou plural, nem artigos definidos.
Origem do termo Mandarim era um alto posto do império e só aqueles que tinham este título podiam se relacionar com estrangeiros. Este oficial geralmente falava outros idiomas, dominava a escrita chinesa e era um intermediário entre o país e os comerciantes que o visitavam em busca de negócios. Como o primeiro grande parceiro comercial do ocidente foi Portugal, por volta do século XVII, os lusitanos passaram a se referir ao idioma como “A língua dos Mandarins” que, mais tarde, foi simplificada para Mandarim.