quinta-feira, 20 de setembro de 2007

China passa a ser o segundo maior fornecedor de produtos para o Brasil





A China ultrapassou o Mercosul e consolidou-se como o segundo maior fornecedor de produtos para o Brasil, depois dos Estados Unidos, na lista de importação por país individual. De janeiro a agosto deste ano, produtores chineses embarcaram para o mercado brasileiro US$ 7,579 bilhões, conforme os números da balança comercial do período, divulgada ontem pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Esse desempenho contribuiu para consolidar a Ásia como líder entre os blocos de origem das importações brasileiras, com US$ 18,604 bilhões no período.Entre janeiro e agosto, o total de importações brasileiras estabeleceu novo recorde e alcançou US$ 74,921 bilhões. Essa cifra superou em 27,8% a de igual período de 2006. Com taxa de crescimento menor, de 15,9%, as exportações igualmente foram as maiores da história e totalizaram US$ 102,434 bilhões. Segundo o secretário de Comércio Exterior, Armando Meziat, as exportações superaram a marca dos US$ 100 bilhões dois dias antes do final de agosto. Em sintonia com as previsões da Secex, o saldo comercial continuou a diminuir - chegou a US$ 27,513 bilhões, US$ 2,234 bilhões a menos que em igual período de 2006.O comércio com a China, entretanto, foi uma mola excepcional para o incremento das importações brasileiras. Sua vice-liderança entre os fornecedores individuais repetiu-se nos últimos três meses, segundo dados da Secex, e mostram que dificilmente a China perderá sua atual posição. O total de US$ 7,579 bilhões em produtos desembarcados entre janeiro e agosto representou aumento de 54,4%, em relação a igual período de 2006. Também respondeu por 10,1% do total de bens comprado pelo Brasil no exterior.concorrência. Os dados dos sete primeiros meses do ano indicam também que, entre os dez principais itens de importação da China, não figuram os que mais causam gritaria na concorrência nacional, como calçados, produtos têxteis e brinquedos. Essa lista destaca o peso dos insumos para o setor de informática, aparelhos de telefonia, geradores e aparelhos domésticos.Na comparação entre países individuais, os Estados Unidos continuam a liderar a lista dos fornecedores de produtos ao Brasil. Com participação de 16,2% na pauta importadora do País, os EUA foram a origem de US$ 12,131 bilhões em bens importados. Entretanto, o conjunto das importações provenientes do Mercosul alcançou US$ 7,245 bilhões no período - US$ 334 milhões menos que a China. Somente a Argentina, que despencou da segunda para a terceira posição em janeiro passado e assim se manteve, embarcou US$ 6,520 bilhões ao Brasil no período de janeiro a agosto.QUEDA NÃO PREOCUPA. A queda de 7,5% no saldo comercial brasileiro entre janeiro e agosto, em relação a igual período de 2006, não trouxe preocupação para o governo, que prevê recuos ainda maiores até o final do ano. Ao divulgar os números da balança comercial do período, o secretário Armando Meziat explicou que a queda de US$ 2,234 bilhões no superávit "diminui as pressões de valorização da taxa de câmbio e não deverá pesar significativamente nas contas externas do País deste ano.De janeiro a agosto, o superávit alcançou US$ 27,513 bilhões. No ano passado, nesse mesmo período, havia sido de US$ 29,747 bilhões. Boa parte desse recuo deve-se à expansão das importações no período, de 27,8%.Os números da Secex mostram claramente que, do total de US$ 74,921 bilhões importados pelo Brasil nos oito meses, 53,8% refletem a demanda interna por insumos e bens de capital (máquinas e equipamentos para setores produtivos). Mas há um sinal de alerta: as importações de bens de consumo alcançaram US$ 9,806 bilhões no período e apontaram crescimento de 31,8%. Nessa categoria estão os automóveis, responsáveis por US$ 1,658 bilhão em importações. Essa cifra é 52,5% maior que a verificada entre janeiro e agosto de 2006.Nos 12 meses concluídos em agosto, o saldo positivo da balança comercial foi de US$ 44,224 bilhões - cifra US$ 2 bilhões menor que a do período anterior. Mesmo assim, a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) não prevê redução nessa diferença. Meziat explicou que, nos 12 meses, as exportações atingiram US$ 151,862 bilhões, mas a estimativa de total de embarques em 2007 continua cravada em US$ 155 bilhões. Isso significa taxas de crescimento das exportações cada vez menores que as das importações neste segundo semestre.De janeiro a agosto, os embarques cresceram 15,9% e foram amparados sobretudo pelo desempenho dos produtos básicos. Esse item respondeu por US$ 32,383 bilhões, cifra equivalente a 31,6% do total exportado pelo País e a uma expansão de 24,0%. Os produtos industrializados, com US$ 67,982 bilhões, foram responsáveis por 66,4% dos embarques - 2,1 pontos percentuais a menor que em igual período de 2006. Seu crescimento foi de 11,9%.